domingo, 28 de junho de 2015

Por Que Do Nome Rua Dos Inválidos * Antonio Cabral Filho - RJ

-internet-
Imóvel onde funcionou a 
CASA DOS INVÁLIDOS
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POR QUE DO NOME RUA DOS INVÁLIDOS

Após trabalhar por seis anos, frequentar seus bares, a Igreja de Santo Antonio dos Pobres, onde peguei muito pãozinho do santo, seus hoteisinhos furrecos sempre "matando um gado", minha curiosidade levou-me a perguntar a esmo, num dia de sábado à tarde de 1976, subindo a Rua do Senado, rumo à Praça Cruz Vermelha, para entregar o encalhe de jornais e revistas da minha banca de jornais. por que Rua dos Inválidos....
A pergunta não evadiu-se de minha mente por décadas e, sempre que eu passava por ela, a insatisfação crescia. Mas tudo tem que ter um fim e decidi arrematá-la no natal de 2014, 38 anos depois de despertada. Primeiro busquei pela internet alguns detalhes que pudessem ajudar-me, depois peguei livros e revistas sobre a história do Rio de Janeiro, especialmente sobre o centro da cidade. Logo, tudo começou a clarear, tinha que ter a presença dos malfadados pastinhas da época do império e teve início em 1791 pelas mãos do vice-rei Conde de Resende, que pretendia rasgar uma via de acesso entre a Rua Visconde de Rio Branco ( na esquina com a Praça da República ) e a Rua do Riachuelo, aterrando um pântano da chácara do guarda-mor Pedro Dias Paes Leme. A princípio ela recebeu o nome de Rua Nova de São Lourenço, em homenagem a um oratório do santo na esquina do Campo de Santana ( onde tem hoje uma escola municipal) e NOVA para distinguir-se da antiga Rua de São Lourenço, atual Visconde da Gávea.

Mas com a construção de um asilo para mutilados de guerra ali na esquina com a Rua do Senado, em frente a Igreja de Santo Antonio, em 1794, começou a surgir o nome atual. Houve muita pendenga em relação a ela, que assim ficou conhecida até 14 de maio de 1888. Nessa data a câmara municipal  batizou-a de Rua Thomas Coelho, em homenagem ao conselheiro Thomas José Coelho de Almeida, ministro da guerra do gabinete João Alfredo. Porém, por portaria de 21 de junho de 1890 recuperou seu antigo nome Rua dos Inválidos. Mas como a menina é prendada, outro decreto, este de número  685, de 27 de junho de 1899 rebatizou-a de Rua Dr Meneses Vieira, o médico e professor Joaquim José Meneses Vieira, dono de uma escola próximo à Rua Riachuelo. Mas, finalmente, seu antigo nome, batizado pelo povo, devido aos soldados do império que chegavam das guerras sem pernas nem braços, foi restituído  em 31 de Outubro de 1917, pelo decreto 1165 e assim continua.

No entanto, o que ardia  na minha curiosidade era a forma jocosa, pejorativa,  como os colegas se referiam à rua, a suas esquinas, aos seus "hoteis furrecos", bares pés-sujos, cospe-grosso, pé-inchado, suas prostitutas sempre depreciadas como "bicheiras", "baratas-de-cortiços", ou simplesmente sacos de gonorreia, quando marcavam um cachaçal dizendo, simplesmente, " na esquina dos inválidos ". Ái ! Era uma facada. Juro que eu me sentia mal, ficava incomodado, mas sem saber o " por que Rua dos Inválidos ", que agora está esclarecido, e até dá para se compreender que meus amigos têm alguma razão nos maus tratos com a pobre da Rua, e pra mim, que tinha uma banca de jornais na esquina com a Praça da República, não caía bem ser chamado de Jornaleira da Esquina dos Inválidos...
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domingo, 21 de junho de 2015

Filho Ilustre De São Benedito * Antonio Cabral Filho - Rj

FARIAS BRITO - WIKIPEDIA
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Acabo de chegar ao município de São Benedito, serra cearense, pela segunda vez, em visita aos familiares de minha esposa. 

O lugar é muito agradável, clima ameno, gente hospitaleira, muita prosperidade, bem ao contrário da propalada "seca" dos políticos de olho nos cofres públicos. Observo que trata-se de uma riqueza quase que natural, pois advinda das grandes famílias ligadas a agricultura, pecuária, serviços e comércio de subsistência. Por exemplo, não tem sequer um shopping, e a quantidade de pequenas lojas é imensa. Mas tem uma feira das mais lindas que eu já vi. Fica na praça central, em frente à prefeitura, e ali o povo compra tudo de que precisa e os produtores comercializam cereais, carnes, aves, artesanato e roupa que Deus me livre. Como esse povo gosta de roupa! Bom, minha mulher se encheu de vestidos.

Até agora, uma semana no lugar, encontrei três grandes instituições católicas; Santuário de Nossa Senhora de Fátima, relativamente novo; Igreja de São Francisco das Chagas e Matriz Municipal de São Benedito, o santo padroeiro do lugar, todas construções bem imponentes. Localizei ainda jornais e estações de rádio, mas a que fisgou minha atenção é a Tabajara FM, com uma programação de raiz, não toca nada de fora, que estou seguindo via internet. 

Mas há também bastante organização da sociedade civil, como associação comercial, industrial, transporte alternativo, taxistas, sindicato de professores, de servidores, sede da CUT, de cinco partidos, inclusive PT e PCdoB. E ouvi agora há pouco o barulho do carro de som de um político desejando ao povo boas festas e agradecendo pela sua eleição. Raridade! Resmunguei cá com meus botões. Estou percebendo um misto de alegria com orgulho no ar, com as pessoas ostentando suas camisas da Dilma, com as faixas e galhardetes ainda em seus postes pessoais, carros adesivados com a cara da eleita, e, ao menor comentário, são taxativos: Claro! Aqui é Dilma. Bom, eu não precisava fazer isso pra saber do resultado da eleição aqui, pois desde o primeiro momento da apuração, eu já sabia que tinha dado Dilma. 

Acontece que eu sou o irrequieto, e gosto de fazer minhas próprias pesquisas; por isso saí ruas a fora, com a "fofografeira" no bolso, fotografando tudo que me interessava. Primeiro, a igreja matriz, encantadora; depois a sede da Tabajara FM, que tem ao seu lado, bem na esquina algo que matou-me de realização, a casa onde nasceu um sujeito chamado Raimundo Farias Brito,
CASA ONDE NASCEU FARIAS BRITO
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que fui buscar informações e ver de quem se trata:  Raimundo de Farias Brito, nasceu em São Benedito a 24 de julho de 1862, filho de Marcolino José de Brito e Eugênia Alves de Farias. Fez seus estudos primários em Sobral, mas devido à seca, a família foi para Fortaleza, onde cursou o secundário no Liceu do Ceará, mas foi formar-se na Faculdade de Direito do Recife, onde foi aluno de Tobias Barreto, obtendo o título de bacharel em 1884. Foi promotor e por duas vezes atuou como secretário de governo do estado do Ceará, tendo mais tarde, se transferido para o estado do Pará, onde lecionou na Faculdade de Direito de Belém do Pará, trabalhou como advogado e promotor.Mas uma vez respeitado e tido como autor de prestígio, mudou-se para o Rio de Janeiro, capital federal,em 1909, e venceu o concurso para a cátedra de lógica do Colégio Pedro II. Àquela época, a lei previa que a presidência da República é quem escolhia o candidato entre os dois primeiros colocados, e, devidos aos pistolões do já ilustre Euclides da Cunha, reconhecido pel'OS SERTÕES, acabou preterido. Mas o "Repórter de Canudos" faleceu dias depois, devido a um conflito conjugal, ocorrido no bairro do Engenho de Dentro, vindo então o cargo cair nas mãos de Farias Brito, que o exerceu por toda a sua vida.
Placa do seu centenário
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Buscando saber um pouco mais, posso perceber que Farias Brito é um nome importante no conjunto do que se pode chamar de Pensamento Brasileiro, pois ele desenvolveu pontos de vistas próprios na campo da filosofia.   Inicialmente, caracterizou-se por uma ligação religiosa fortíssima, criticando o pensamento filosófico predominante, ao qual acusa de "dissolvente", e se atira ao embate combatendo o materialismo, a teoria do evolucionismo e do relativismo; e se concentra no concepção de "DEUS, como princípio que explica a natureza e serve de base ao mecanismo da ordem moral na sociedade..." Em suas obras finais, concludentes, seu pensamento se concentra, apenas, na religiosidade, abandonando os enfoques polêmicos e o naturalismo. 

Do meu ponto de vista, Farias Brito tinha medo do pensamento filosófico percuciente, caçador da verdade objetiva, aquela que independe de interpretações de qualquer ordem. Por exemplo, sua oposição a Santo Agostinho, que buscou uma objetividade do espírito frente às coisas materiais, mas sem medo dessa relação, é um exemplo. Por que temer a compreensão do Universo? Basta entender que qualquer compreensão será uma compreensão limitada à capacidade das pessoas que a fizeram, mais nada! Portanto, nenhuma realidade é objetiva ACIMA do entendimento das pessoas, inclusive porque o que EU entendo é diferente do que o OUTRO possa entender.

Mas passadas duas madrugadas lendo sobre o sujeito homenageado com as placas nas paredes daquela casa, levantei-me uma manhã dessas e fui tomar meu desjejum, e eis que chega-me uma prima que é administradora escolar, cheia de "falcudades" e decido lhe perguntar sobre o dito-cujo: Quem é esse Farias Brito, hein prima? Sua resposta deixou-me gelado até agora: "Farias Brito?! Cultura inútil!"

Mas só pra não deixar meus amigos a ver navios, encontrei duas fontes que considero das mais fiéis: Professor Luiz Alberto Cerqueira - UFRJ...http://textosdefilosofiabrasileira.blogspot.com.br/2010/03/farias-brito-e-ideia-de-filosofia.html   --- e BRASILIANAS.ORG http://www.brasiliana.com.br/obras/farias-brito-o-homem-e-a-obra/preambulo/8     Acessem-nos, por favor e nunca chamem ninguém de "cultura inútil", pois o cearense não merece isso e o filho mais ilustre de São Benedito é a prova de que "O nordestino é, sobretudo, um forte!"

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domingo, 14 de junho de 2015

Alfredo Chlamtac Filho Em Poesia * Antonio Cabral Filho - RJ

ALFREDO CHLAMTAC FILHO, POETA,
de camisa social azul, no lançamento do livro
POETAS 10ENGA VETADOS
em dezembro de 1995.

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Primeiro, quero dizer que falar dos amigos é sempre difícil; falar dos  amigos com os quais concordamos também é difícil, mas falar dos amigos dos quais discordamos e mesmo assim conseguimos ser amigos, esses, são especiais. é  o caso do ALFREDO CHLAMTAC FILHO. Sempre "batemos de frente" nas opiniões, mas na hora das "DIRETAS JÁ!" nós estávamos ombro a ombro de faixa na mão; na hora da CONSTITUINTE ídem; na hora do "LULA LÁ!" também e o mais interessante é que tínhamos "leituras" discordantes sobre as mesmas coisas. Aí ele me acusava de "IMEDIATISTA", dizendo que eu só queria ver como seria um operário presidente, que eu só queria a democracia, que eu não era MARXISTA, e que ele queria o SOCIALISMO e que até lá.... TUDO É TÁTICO. Eu concordava, mas ele retrucava dizendo que dispensava o meu apoio, uma vez que o meu método de luta era só LEGAL e não REVOLUCIONÁRIO. Impaciente, com a cabeça cheia de "teorréias ", mandava ele sentar no método revolucionário...


Segundo, quero falar sobre a poesia do meu amigo, pois através dela, aprendi muito do que acredito ser atualmente, ou seja, um homem com visão cada vez mais ampla dos problemas humanos e que não acredita mais nas " ações diretas já!", pois se a solução fosse ir alí na esquina e matar alguém que EU responsabilize pelas desgraças do mundo, tudo estaria resolvido;  mas não está e o pior é isso... Mas foi pela convivência com pessoas como Alfredo e Pedro Giusti que eu fui "descobrindo as coisas", a despeito de dezenas de livros lidos e debates debatidos...

Mas eu não conheço nada melhor para  mostrar quem somos nós do que um texto, um desenho, uma música, enfim, algo que vem do nosso subconsciente, como a poesia... E o primeiro texto que eu conheço do ALFREDO é "  CARTA SEM DESTINO , com a seguinte epígrafe (... metrificando assim meu verso marginal de perseguido  /  que vai cair baldio num terreno abandonado. trecho do poema de Afonso Romano de Santana, Rainer Maria Rilke e eu).

Uns textos restritos pelas duras condições de existir organicamente dos autores, quer dizer assim:  a revista existe, depois de cinco anos de um parto, projeto de edição, algo novo, inusitado, além parâmetros comuns, alguma coisa que extrapola, que salta os muros, que rompe as barreiras no sentido da autodescolonização dos sentidos, está assim pois no âmago da questão de forma incontestável.

Enquanto isso, na mesa dum editor bem no bum  permanente da literatura importada, muitos autores estrangeiros da moda na moda  sempre rendosa das traduções  que fazem as caixas  registradoras funcionarem  e as cabeças ficarem domesticadas. 

Dinheiro, dinheiro, dinheiro, a mola que mexe a caldeira do diabo, que fomenta as reputações, as guerras e as desesperações dos verdadeiros artistas ( almas videntes deslocadas  no além-mundo , onde vale tanto a folha que cai da árvore  como um pedaço de papel  onde está pintada a cara de um personagem e um número de valor.).

Fazer a revistas poética ( FEIRA ) , pretensão de ser testemunha  de uma geração  cortada na raiz, uma explosão de criatividade, afinidade aos mestres e à vida.

Abre-se uma perspectiva para quem deseja  lá chegar um dia, ou seja, ver em caracteres impressos... não assim não; Artaud disse... não assim também não; seriedade cara, discurso lógico, a-emoção, fora da luz não, olha o enquadramento, cuidado com o foco narrativo.

Uns autores, uns mosquitos, umas moscas, uns originais sobre a mesa, retrato de ANA C. olhando linda , perguntando do porque da morte  pra ver sair um livro publicado. Indagando: até quando há de ser assim?

Não, assim não; bem, bom, uns editores, uns leitores especiais que analisam os textos e adquirem os mais significantes e evolutivos  criadores do fazer  literário de agora, os que tentam ocupar o vácuo deixado pela cassação ( caçação ) e perseguição da inteligência nacional executada cientificamente nas duas últimas décadas.

Em função disso, na mesa daquele editor, bem no bum da literatura estrangeira, mais uma tradução rendosa ( do METAMORFOSE de Franz Kafka existem três ou mais ) pra ser despejada no mercado, várias tiragens de muitos mis exemplares, garantido retorno de capital na capital do eixo cultural do país.

Modernos tempos do DAS CAPITAL.

Sabe de uma coisa, deixa isso pra lá de literatura figura, de testemunho das futuras gerações, vá plantar batatas no quintal da sua casa e esqueça as vanguardas ali onde possivelmente jazem sem fronteiras e vá plantar mamão com a mão que redige as linhas; linhas e mais linhas sem as luzes dos " clássicos " com seus traseiros de bronze e que vão sendo traduzidos e publicados, vendidos/comprados em todas as ´principais cidades do país por/para  uma multidão de leitores  bisonhos que garantem a marginalização dos possíveis novos talentos, assim como garantem a dominação cultural no plano literário neste nosso "patriarcado" bíblico como disse Graciliano Ramos.

ANA C. olha-me através das lentes dos óculos; acabo de levantar os olhos do papel e vejo a lua cheia atras das folhas do coqueiro. Choro. Alfredo Chlamtac Filho. "

O texto acima é do período 1980/1981, época em que POETAS ALTERNATIVOS, POETAS MARGINAIS, enfim, a MARGINÁLIA LITERÁRIA em geral juntou-se e produziu uma FEIRA LITERARIA na CINELÂNDIA, que foi durante uns dois anos  o PROGRAMA CULTURAL da juventude que iria engrossar as passeatas ao som de LEGIÃO URBANA...


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TREM DA CENTRAL

Cartazes gigantes
fazendo apelos
publicitários
aos corações.
Nos bolsos dos passantes
um vazio progride
desesperado.
Anuncio de tempestade
produzida pelas nuvens
da falta geral
nas barrigas roncantes
que atravessam subúrbios
para ir aos trabalhos
num trem da central.

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domingo, 7 de junho de 2015

Viação "Seu Barata" * Antonio Cabral Filho - RJ

-Jornal Destak-

Quando vi esta manchete "Estado já tem projeto para mais 10 BRTs entre cidades" no jornal Destak, fiquei meio atônito. Confesso: fiquei. Eu fazia o trajeto Curicica-Alvorada, e como morador desta região, conheço algumas pessoas, famílias, empresas que estão sofrendo humilhações nos corredores judiciários na tentativa de defenderem seus patrimônios, pois o "prefeitinho não tá nem aí pra desgraça alheia" e sai destruindo a casa de todo mundo sem a menor preocupação; ou seja, não vai sair dos bolsos dele... Peguei o jornal e comecei a ler o texto, e veio-me em mente a construção da Linha Amarela, que foi outra calamidade e tem gente AINDA lutando na justiça pra recuperar suas perdas. É quando lembrei-me do tempo das DILIGÊNCIAS, lá nas "oropas feudais", em que cada trecho tinha um Senhor que era o dono das ditas-cujas e ainda cobrava pedágio de quem fosse passar pela sua propriedade. Aí lembro-me dos paus-de-araras, empilhados de gente até nos tetos "pagando" pra circular de um lado para o outro dos sertões brasileiros, seja no nordeste, no norte, no sudeste, além dos carros-de-bois, nos quais eu ainda criança achava "fantástico!" viajar pelo leste mineiro ouvindo o "chouro!" e o carreiro falando com os bois no seu eterno "boi-boi-boi!", e trazendo-me à tona a questão do controle sobre cada região, área, trecho aos quais o transporte de massa sempre esteve submetido. Digo isto apenas para resgatar a memória do transporte brasileiro lá nos interiores do país, mas a meta é chegar aqui na cidade, sobretudo o Rio de Janeiro, que vem da mesma tradição, no qual um Seu Fulano põe lonas sobre um caminhão e começa "puxar gente" de lado para o outro e de repente surge a máxima de que "é dono do trecho". Nem a reforma realizada na década de 1960, com a formação de poucas empresas de transporte resolveu essa pendenga, pois há muita gente que não se adapta em trabalhar em sociedade, compartilhar um negócio, ganhar alguns centavos a menos, ter sócios, isto é, não tem cacife pra ser grande, mas quer ser empresário, e aí vai para as periferias montar biombos com nome de empresa, operar ilegalmente, praticando um serviço de péssima qualidade. Mas vamos ao que interesse: o transporte de massa no Rio de Janeiro nunca resolveu o problema da demanda, sempre com a procura maior que a oferta, a cidade crescendo estrondosamente, recebendo imigrantes nacionais e estrangeiros, expandindo para todos os lados e explodindo em violência. Ou seja, se alguém pensa que favela é paz, não conhece um quartel... Daí vem o "transporte alternativo - conhecido como vans" na década de 90....
-Terra-
Mas se olharmos para a situação dos trens, ficamos gelados, que nunca tiveram qualidade, mas desde o sucateamento promovido na década de 80 com o advento das privatizações, acabou para o futuro e vai de mal a pior, com acidentes um atrás do outro, e cada vez mais graves.
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-SidneiResendde-
As barcas no tempo da CONERJ, empresa pública assim como a CTC, em transporte urbano, nunca foram suficientes, sendo essa desculpa inclusive usada para privatizá-las, mas está aí para qualquer um enxergar, não resolve nada e ainda mata muito mais do que antes.
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jornal Destak-

No mesmo jornal encontro uma notícia "milagrosa": o METRÔ vai se expandir com mais uma linha, ligando Gávea e Santa Teresa. Que maravilha! Mas nos esquecemos de quem é o "dono do trecho!"pois nesse caos imenso dos transportes urbanos de massa do Rio de Janeiro, ao surgir a ideia do METRÔ foi como um sonho. Ufa! Todos pensaram, vai resolver o problema da superlotação, vamos viajar confortavelmente, com ar condicionado, sem pivete vendendo bala nos vagões, sem punguista batendo a nossa carteira, com rapidez e segurança, a preços simbólicos graças à verba pública. Quanto inocência! O METRÔ é só mais uma máquina de gerar grana para um Senhor destes latifúndios, que agora inventou o BRT...
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jornal Destak-
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Mas eu levantei essa bola toda com o objetivo de convidar amigos e leitores a fazermos uma reflexão sobre o Problema do Transporte de Massa no Rio de Janeiro. Não sei se alguém vê com os meus olhos, mas o que eu enxergo é muito preocupante. Espero que todos estejam percebendo que há uma POLÍTICA sendo implementada a partir da articulação dos "Donos do Trecho", ou seja, o empresariado de setor, articulados com a máquina estatal através dos seus políticos, atuando como pontas-de-lanças para a aprovação de seus projetos e garantindo suas aplicações, tendo para isso apenas que reelegerem os seus "bonecos!" Podem observar que o Poder Público, em todas as suas instâncias, não empreende nenhuma ação no sentido de exigir a manutenção e a recuperação dos transportes de massa já existentes. Todos sabemos que o transporte através do trem é mais barato e menos poluente, que as "barcas" são mais baratas e infinitamente menos poluentes, que o Metrô também é mais barato e menos poluente, e estão todos sucateados, mas ninguém providencia manutenção. Portanto, é ou não é uma POLÍTICA em andamento? Por outro lado, se há verbas e vontades políticas disponíveis para a construção de novos meios de transportes de massa, o que impede essa vontade política de se dirigir à manutenção daqueles já existentes? Outra dúvida é por que estender o BRT lá para a Baixada Fluminense, lá para o Leste Fluminense, em prejuízo de estruturas já existentes? Será que não chegam as destruições físicas e psicológicas já causadas à cidade com tantas mega-vias rasgadas no seu corpo a preços incomensuráveis? A destruição ambiental, levada a cabo em Jacarepaguá, com a derrubada de milhares de árvores, plantadas carinhosamente pela população e pelos órgãos paisagísticos da cidade, não representam nenhum dano para esta região? Ah, eu sei que ninguém ignora o "PODER DO SEU BARATA" e acho que faço alguma ideia do argumento fatal contra minhas querelas: cuidar de um corpo doente sai mais caro do que fazer um novo! Mas lhes deixo só uma pergunta: Quantos empregos gera um veículo do BRT?
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